Aos 79, a religiosa brasileira Rosita Milesi foi premiada com o Prêmio Nansen, concedido pela agência das Nações Unidas, pelo trabalho que ela desenvolve há mais de 40 anos com refugiados de diversos países.
Segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o trabalho da católica como advogada foi essencial para criar uma legislação brasileira que contribui para os direitos daqueles que precisam recomeçar do zero.
“Decidi me dedicar aos migrantes e refugiados. A crescente necessidade de ajudar, acolher e integrar os refugiados é o que me inspira”, disse a fundadora do Instituto Migrações e Direitos Humanos (IMDH). O prêmio será entregue em uma cerimônia em Genebra, na Suíça, na próxima segunda-feira (14).
Reconstruindo vidas com dignidade
Refugiados, na grande maioria das vezes, chegam a um novo país sem nada. Fugindo de guerras, desastres naturais e até mesmo regimes não democráticos, eles precisam reconstruir toda a vida.
Com muito tempo dedicado à causa, Irmã Rosita atua principalmente para que essas pessoas consigam documentos administrativos, moradia, emprego, saúde e uma vida digna no Brasil.
Destemida, ela enfrenta adversidades daqueles que acham que refugiados não importam. “Não tenho medo de agir, mesmo que não consigamos tudo o que queremos”, destacou em comunicado.
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Trabalho reconhecido
E depois de tudo, Rosita foi reconhecida, mesmo esse não sendo o foco principal de sua dedicação.
“O maior prêmio é ver os refugiados retomando suas vidas com dignidade e esperança”, afirmou.
Além da brasileira, outras quatro mulheres foram homenageadas pelo Prêmio Nansen para Refugiados. São elas:
- Maimouna Ba (África)
- Jin Davod (Europa)
- Nada Fadol (Oriente Médio e Norte da África)
- Deepti Gurung (Ásia-Pacífico)
História de vida
Rosita nasceu no interior do Rio Grande do Sul, em uma família de 12 filhos.
Desde criança ela trabalhou e foi exposta à fé. “Meu pai rezava em voz alta ao cuidar dos animais, e ninguém ia dormir sem antes rezarmos o rosário em família”, relembrou.
Aos 9 anos ela se juntou às Irmãs Scalabrinianas e se dedicou bastante à educação, depois ao direito.
Foi a partir de Rosita que o Brasil criou, em 1997, a primeira Lei de Refugiados.
Mesmo com tantas atividades, ela ainda encontra um tempo para ela. Irmã Rosita adora cuidar das plantas e alimentar os pássaros.
“Meu relaxar é simples, mas é onde encontro paz”, disse em entrevista à Arquidiocese de Brasília.
Rosita já trabalha com refugiados há 40 anos. Foto: Reprodução/Arquidiocese de Brasília.
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