As mulheres estão arrasando no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e são elas que detém o recorde do maior número de redações nota mil na prova. Os dados são de um levantamento de O Globo.

A pontuação máxima na redação é um dos segredos para conseguir uma vaga em universidades públicas e privadas no país. Desde 2017, 303 pessoas foram muito bem e conseguiram 100%. Do total, 223 são mulheres e 80 homens.

Para Ana Luiza Teodoro, de 19 anos e uma dessas mulheres, o segredo é estudar bastante e, ao longo da jornada, construir repertório e argumentos.

Mulheres no topo

Segundo O Globo, com dados do Inep, o número de alunos que atingiram a nota máxima da redação do Enem cresceu em 2023. Neste ano, chegou ao maior patamar desde 2017.

No ano passado, 60 pessoas conseguiram a pontuação máxima. Isso significa um a cada 47 mil textos corrigidos.

Desde 2017, as mulheres vêm figurando no topo da lista. Elas representam mais do que o dobro de homens. 223 a 80!

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Segredo é estudar

Ana Luiza Teodoro, que hoje cursa Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro, usou autoras de renome na prova.

Clarice Lispector e a francesa Simone de Beauvoir foram algumas que elevaram o nível do texto da acadêmica. Para ele, o segredo é estudar.

“Segui tudo que a escola orientou. Mas ao longo da vida estudei muita coisa por interesse próprio, o que me ajudou na hora dos repertórios e argumentos”, explicou.

Desigualdade ainda é barreira

Mas se os dados mostram um domínio feminino, quando o recorte muda para classe, as coisas não são bem assim.

Dos que ainda estavam estudando quando tiraram a nota máxima, 56 frequentavam escolas privadas, nove, escolas públicas, e 13 estudavam fora do país.

A distribuição por faixas de renda também mostra uma desigualdade a ser superada.

Apenas 33 inscritos que vivem em famílias que ganham até R$ 2,6 mil conseguiram tirar nota mil.

Já em famílias que recebem entre 8 mil e R$ 19,8 mil, foram 115 notas máximas.

Para aqueles que conseguiram nota mil, o segredo é estudar e construir repertório. – Foto: Alexandre Campbell/Impa